15 Mar
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“A surpresa, no entanto, ficou com os deputados eleitos em 2022 com o discurso bolsonarista”

Classificado como ‘bolsonarista raiz’, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) parece continuar sendo o único parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso 100% alinhado com o espectro político e com as pautas defendidas pelo clã do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL).Desde o início da 20ª legislatura em fevereiro, Cattani, que foi o deputado de direita mais votado em 2022, com 44.705 votos, tem feito uma dura oposição ao atual Governo Federal e às proposituras feitas pelos deputados petistas na Assembleia. 

Na semana passada o bolsonarista, atendendo a denúncias de servidores da educação, protocolou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possível coação política e desvio de finalidade do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, o Sintep, que tem forte atuação política a favor de pautas como ideologia de gênero e contra a implantação das escolas militares no estado. Cattani até conseguiu sucesso em colher as assinaturas necessárias para a instauração da CPI, porém viu, ao ter a solicitação rejeitada pela procuradoria da casa de leis e pela Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR), o apoio dos ditos deputados de direita desaparecer. 

Nesta semana, o bolsonarista que assumiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, apresentou uma moção de desagravo contra uma declaração do ministro da Agricultura Carlos Favaro (PSD), por ele ter dito à imprensa que zombou de uma mulher mato-grossense que o procurou pedindo ajuda ao seu marido, um dos manifestantes do estado detido em Brasília (DF) após o ato do dia 8 de janeiro. 

O ministro do Governo Lula (PT), segundo a imprensa mato-grossense, ao invés de atender a mulher que o procurou pedindo ajuda, respondeu que ‘seu marido não foi preso na igreja’ e que por isso não iria ajuda-la. Colocada em votação, a moção de desagravo foi alvo de uma chuva de críticas de deputados como Nininho (PSD), Paulo Araújo (PP), Wilson Santos (PSDB) e Valdir Barranco (PT), que deixaram claro que estão ao lado da gestão petista no Governo Federal. A surpresa, no entanto, ficou com os deputados eleitos em 2022 com o discurso bolsonarista, que após tomarem posse prometeram que fariam oposição ao governo petista e que iriam lutar pelo direito dos mato-grossenses que não cometeram os crimes de invasão e depredação na manifestação do dia 8 de janeiro, mas que acabaram sendo detidos. 

Do bloco batizado de ‘Direita Democrática’ criado em fevereiro, apenas Cattani sofreu com o desgaste e não teve o apoio dos outros ditos bolsonaristas. Os deputados estaduais Elizeu Nascimento (PL), Claudio Ferreira (PTB) e Faissal Calil (Cidadania) não se manifestaram e nem sequer votaram a favor da aprovação da moção, que foi arquivada com voto único do próprio Cattani. 
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